terça-feira, 7 de setembro de 2010

Apenas 11% da população brasileira entre 25 e 34 anos conclui o ensino superior, diz OCDE

O Brasil também tem a menor parte da população desta faixa etária com diploma do ensino médio entre os países pesquisados: apenas metade

O Brasil tem a menor proporção da população entre 25 e 34 anos com ensino superior completo entre 39 países que fizeram parte do estudo "Olhares sobre a Educação 2010", da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), divulgado nesta terça-feira. Enquanto a média da OCDE é de 35%, o Brasil amarga a lanterninha da lista com apenas 11%.

De acordo com o estudo, o país também tem a menor parte da população desta faixa etária com diploma do ensino médio entre os países pesquisados. Apenas metade dos adultos nesta idade concluiu pelo menos o ensino médio no país, proporção muito distante da média da OCDE, de 80%. A proporção aumenta quando se estende o limite de idade até os 64 anos. Nesta faixa etária, dois terços da população não tem o diploma do ensino médio.

Emprego - A sondagem também constatou que, no Brasil, a taxa de desemprego entre as pessoas que concluíram o segundo grau é maior do que entre aquelas que não terminaram essa etapa. A proporção de desempregados entre os que não concluíram o segundo grau no Brasil é de 4,7% da população ativa, enquanto que entre os que obtiveram o diploma, a taxa sobe para 6,1%. A tendência foi verificada também no Chile, na Grécia, na Coreia, em Luxemburgo e no México.

Diferenças entre sexos - A pesquisa também revelou que o Brasil compartilha com Islândia, Itália, Estados Unidos e Israel características similares com relação às mulheres no mercado de trabalho. Nesses países, as mulheres com ensino superior chegam a ganhar 65% menos que os homens com mesmo nível educacional.

Gastos com educação - O documento também revela que as despesas do governo brasileiro com alunos do ensino fundamental e médio quase dobraram entre 1995 e 2007. Em 2007, último dado disponível, os gastos por aluno somaram 1,8 mil dólares no país. A média da OCDE para este índice é de 7,6 mil dólares.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), os gastos com educação passaram de 3,7% no período de 1994 a 2000 para 5,2% em 2007.

Entre os países analisados no relatório, apenas o Brasil, o Chile, a Dinamarca, os Estados Unidos registraram um aumento dos gastos com educação superior a 0,8 ponto percentual do PIB nesse período.

A parte da educação no orçamento brasileiro passou de 11,2% a 16,1% do total entre 1995 e 2007, afirma o estudo.

FONTE: REVISTA VEJA/NOTÍCIAS/ECONOMIA