terça-feira, 31 de agosto de 2010

Pesquisadores tentam descobrir a origem dos escravos mortos ao chegar ao Brasil


Projeto é uma parceria da UFRJ e da Fiocruz

A partir da descoberta, em 1996, de um cemitério para escravos recém-chegados da África, no bairro da Gamboa, Zona Portuária do Rio, uma equipe de pesquisadores usa as ossadas para extrair o DNA e descobrir pistas sobre a origem dos escravos mortos ao chegar ao Brasil. O projeto é uma parceria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).



Perto de onde funcionava o maior mercado de escravos da capital da antiga colônia, o historiador Júlio César Medeiros contou à repórter Sandra Passarinho a origem do Cemitério dos Pretos Novos, na antiga Rua do Valongo, onde os corpos daqueles que não resistiam aos navios negreiros eram jogados e queimados. E a equipe do professor Franklin Rumjanek, da UFRJ mostrou o trabalho de extração do DNA nuclear e mitocondrial, que revelou de onde vieram estes escravos e que pode ajudar a genética forense a solucionar outros mistérios.

FONTE: GLOBONEWS - Edição 30/08/2010 - Publicado em 31/08/2010 - 08h50 rss programas / Ciência e Tecnologia

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Lula lança projeto piloto de turismo em favela pacificada do RJ

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou nesta segunda-feira (30), no morro Dona Marta, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, o projeto-piloto Rio Top Tour, resultado de um convênio assinado entre o Ministério do Turismo e a Secretaria de Estado de Turismo e Lazer.

Durante o evento, Lula disse que a polícia precisa aprender a conviver com as comunidades, em vez de subir o morro de vez em quando para 'dar tiros'. Ele elogiou o governo do Rio e o fato de o morro Dona Marta "não ter mais violência".

"Polícia tem que vir e aprender a conviver com a comunidade. Não é para subir dar uns tiros e ir embora. O que o governo do Rio de Janeiro está fazendo é fazer com que a polícia conviva com a comunidade", disse.

Ao chegar ao alto do morro Dona Marta, o presidente visitou a primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio de Janeiro. Em seguida, ele desceu de teleférico até a quadra da escola de samba da comunidade, onde fez o lançamento do projeto, acompanhado do ministro do Turismo, Luiz Barretto, e do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB).

O presidente convidou alguns moradores para subir ao palco, entre eles a doméstica Maria do Carmo Oliveira, de 86 anos. "Não tenho mais família, mas me considero uma pessoa de sorte por ter conhecido de perto o presidente. Só de ter alisado o peito do presidente valeu mais que tudo isso", disse.

Rio Top Tour

A ideia do projeto lançado nesta tarde, segundo informações do Ministério do Turismo, é aproveitar o potencial turístico do local através da inclusão dos próprios moradores. O investimento na primeira fase do projeto será de R$ 230 mil, sendo R$ 184 mil do ministério e o restante do governo do estado.
O programa prevê a instalação de sinalização bilíngue e a divulgação turística da comunidade. Moradores foram treinados e capacitados para trabalhar como guias na favela, que já recebeu celebridades americanas como o cantor Michael Jackson e a cantora Beyoncé. Uma série de eventos culturais estão programados para acontecer a partir de outubro, no morro Dona Marta, como festival de jazz, desfiles de moda e festival de funk e grafite.

Também está previsto um programa de microcrédito para os membros da comunidade. Segundo Lula, os recursos para financiamento vão estimular os moradores a abrirem negócios próprios. O ministro do Turismo afirmou que quer voltar ao morro para comer "pastel e tomar chope". Já o pesidente disse que pastel é "coisa de paulista" e afirmou esperar comer "feijoada" na comunidade.

FONTE: G1RJ

Festival promoveu aproximação dos brasileiros com raízes negras

No Rio de Janeiro, o festival Back to Black durou três dias e celebrou as influências africanas. Personalidades debateram em conferências um caminho mais curto para igualdade.

Terminou ontem no rio a segunda edição do festival que procura aproximar os brasileiros das raízes negras.

O festival Back to Black que durou três dias celebrou as influências que vieram do outro lado do Atlântico e marcam a nossa cultura.

No saguão da Estação Leopoldina, no centro do Rio de Janeiro, o colorido das fotografias de Walter Firmo, contrastam com retratos comoventes do Africano Malick Sidibé.

“É uma cultura que as pessoas têm que começar a assimilar, porque é muito importante conhecer um pouquinho de cada cultura”, comenta um participante do evento.

Personalidades como o cineasta Cacá Diegues e o escritor angolano José Eduardo Agualusa debateram em conferências, um caminho mais curto para igualdade.

Mas talvez a música seja a mistura mais bem sucedida. Nesta edição do Back to Black os brasileiros optaram pelo blues como o estilo musical principal que surgiu na África e que foi eternizado por músicos Norte-americanos.

“Música sempre se enriquece de misturas. O puro tem seu valor, é bacana, é importante preservar, mas a mistura sempre vai ficar mais curiosa”, comenta o músico Roberto Frejat.

FONTE: BOM DIA BRASIL - Edição do dia 30/08/2010

São Paulo vai sediar primeira feira gay de negócios do Mercosul

Em julho de 2011, a cidade de São Paulo vai sediar o primeiro Expo Business LGBT do Mercosul, uma feira de negócios que pretende reunir cerca de 30 empresas com atividades direta ou indiretamente voltadas para o público de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) da região. Empresas de turismo, hotelaria, gastronomia, aluguel de carros e lazer de um modo geral são as mais interessadas, mas o encontro estará aberto para qualquer tipo de empresa ou profissional liberal que queira aproveitar a ocasião para conversar sobre as oportunidades geradas por um público estimado em 18 milhões de pessoas no Brasil e com um poder de consumo que muitos calculam ultrapassar os R$ 150 bilhões.

Trata-se do primeiro grande evento da Câmara de Comércio GLS do Brasil, cujo estatuto foi aprovado há um ano e as atividades começaram a se estruturar de fato recentemente. A Câmara, que hoje possui 40 associados – a maioria pequenos negócios voltados para a comunidade – e três grandes empresas como observadores – os bancos Itaú e Santander e a construtora Tecnisa -, tem o apoio institucional da Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual da prefeitura de São Paulo e se reúne mensalmente para estudar ações que fortaleçam os negócios do grupo.

O slogan é curioso: “Vamos tirar o mercado do armário!”.

“Enquanto no exterior as empresas possuem ações específicas voltadas ao público LGBT, a exemplo da Fiat, que bancou a passeata gay em Madri, impressiona que no Brasil elas ajam como se a comunidade gay não existisse. É preconceito não apenas nas empresas, mas nas agências de publicidade”, diz Douglas Drumond, presidente da Câmara e proprietário do Clube 269 em São Paulo, e do hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte.

“Há muito preconceito, conservadorismo e pouca objetividade nas grandes empresas”, faz coro o coordenador da área de Sustentabilidade e Gestão Ambiental da FGV e professor da Unicamp, Reinaldo Bulgarelli, cuja consultoria Txai é especializada em políticas de diversidade e sustentabilidade no mundo corporativo e ajudou a montar a Câmara.
 
Empresas ainda temem associar marcas a gays

O coordenador da área de Sustentabilidade e Gestão Ambiental da Fundação Getulio Vargas (FGV) e professor da Unicamp, ReinaldoBulgarelli, afirma que o preconceito existente nas empresas com relação à associação de suas marcas e atividades a grupos de gays e lésbicas varia de país para país.
 
Ele lembra ainda que não há provas de que uma marca seja contaminada ao ser associada a grupos homossexuais. ”Muitas multinacionais que fazem isso lá fora não reproduzem as ações no Brasil”, afirma Bulgarelli.

Não é o caso do banco espanhol Santander, um dos observadores presentes às reuniões da Câmara de Comércio GLS e uma das empresas mais ativas em políticas orientadas a esse público, sejam funcionários ou clientes. Em 2005, por exemplo, o Santander ampliou para casais do mesmo sexo os benefícios de previdência privada, assistência médica e odontológica dados aos funcionários heterossexuais.
 
Em 2006, o banco criou a primeira carteira de crédito imobiliário para casais de mesmo sexo que querem comprar imóveis. ”Participamos da Câmara porque temos uma política interna de valorização da diversidade e atendemos a clientes que são gays e lésbicas. Então é natural que nos associemos a instituições que possam nos abastecer de informações relativas a esses públicos”, diz Maria Cristina Carvalho,superintendenteexecutiva de Recursos Humanos do Santander.
 
Estabelecimentos gays sofrem pressão Dispostos a fazer o que DouglasDrumond, presidente da Câmara de Comércio GLS do Brasil chama de “trabalho de casa”, a câmara encomendou ao Ibope o orçamento de uma pesquisa para levantar as principais estatísticas do chamado mercado de consumo gay, cujas reais dimensões ainda se baseiam mais em estimativas informais que em números confiáveis. O projeto custará R$ 220 mil, recursos que Drumond espera arrecadar de associados e patrocinadores.

“Costumo dizer às empresas que apoiar este levantamento é um tipo de compensação por faturarem com uma comunidade que costuma consumir muito”, diz Drumond. “Mas o problema básico continua sendo a garantia de vida dos negócios”.
 
Explique-se: há cerca de um ano, as boates gays paulistas Cantho e A Lôca receberam visitas da Polícia Civil numa ação que, segundo a Secretaria Estadual de Justiça, não passou de vigilância rotineira. Mas, para Drumond, foi uma pressão velada para inibir os negócios, pressão que geralmente parte de associações de moradores que não gostam do público GLS na vizinhança.

Essa ameaça, diz ele, é um pesadelo à sobrevivência dos negócios, mas também a força que empurrou os empresários à aglutinação num grupo que possa responder por todos.

Fonte: O Globo – 31.07.2010