quinta-feira, 28 de outubro de 2010




Favelas Fashion Rio: reforço às marcas locais

Comunidades querem espaço próprio para mostrar que produzem moda de qualidade
Cansados da reduzida aparição no calendário de moda da cidade, além da associação repetitiva entre favela, pobreza e violência, nove grupos de profissionais da área que vivem e atuam em comunidades do Rio querem mostrar que, por lá, existe trabalho de qualidade. Assim surgiu o Favelas Fashion Rio, que vai ser lançado na 9ª Expo Brasil Desenvolvimento Local, de 1 a 3 de dezembro, no Centro de Convenções SulAmérica. Na ocasião, experiências de crescimento e aprendizagem, tendo como foco os territórios em rede, em suas diferentes escalas - comunidades, bairros, municípios e microrregiões – serão apresentados.
Segundo a mentora do Favelas Fashion Rio, Iara Oliveira, a proposta é dar mais visibilidade à cadeia produtiva da moda feita nas comunidades, tanto por meio da apresentação das produções como do debate sobre as dificuldades e peculiaridades de grupos como o Costurart, de Santa Cruz, e o Costurando Ideias, do Santa Marta. A ideia, relembra ela, que presta consultoria em desenvolvimento sócio-ambiental por meio da ONG AlFazendo, de Cidade de Deus, surgiu durante uma assessoria dada ao Mulheres Eco-Artesãs, também da mesma comunidade.
“Fomos percebendo que as pessoas produzem e até têm financiamento para isso, mas só de vez em quando um ou outro grupo é convidado para participar de eventos de moda. Pensamos, então, que poderíamos ter um evento próprio para fortalecer o trabalho de quem atua com moda na favela, que produz com qualidade, mas acaba não tendo muita visibilidade por causa do lugar onde está”, diz Iara, enfatizando que alguns grupos até já participaram do Rio Fashion Week, mas de forma muito pontual.
Na opinião de Iara, que deseja reunir muitos outros profissionais e fazer com que o Favelas Fashion Rio entre no calendário de moda da cidade, é preciso potencializar o nome dos grupos, suas marcas, já que o trabalho deles costuma ficar invisível. “Muitas marcas famosas realizam boa parte de sua produção nas favelas, onde as peças são fechadas e acabadas”, observa ela, ressaltando a importância de se construir também uma relação direta entre os produtores de moda das favelas e os consumidores.
Além do desfile do Favelas Fashion Rio, marcado para o dia 2, às 13 horas, com a participação de modelos das próprias comunidades, as produções dos grupos participantes serão exibidas em vitrines vivas. Vão participar ainda de uma apresentação sobre o desafio dos grupos produtivos e de oficinas e minicursos. “A Expo Brasil é também um espaço importante de formação. E nós vamos aproveitá-lo. Eu, que sou militante de comunidade, posso dizer que, nas sete edições do evento em que estive presente, aprendi muito. Há muita troca de experiências”, diz.
O Favelas Fashion Rio é formado por nove grupos: Mulheres Eco-Artesãs, do Costurart e do Costurando Ideais, Corte e Arte (Cantagalo), Bordadeiras da Coroa (Morro da Coroa), Retalhos Cariocas (Barreira do Vasco), Mulheres de Pedra (Pedra de Guaratiba), Mães da Maré (Maré) e Escola de Moda Lente dos Sonhos, que é de Cidade de Deus.
Assessoria de Comunicação da Expo BrasilKarine Rodrigues
E-mail: karinesar@uol.com.br
Tel: (21) 8558-1973



EXPO BRASIL 2010

Nossa participação no evento abaixo será no dia 02 de dezembro, quando produziremos o desfile de modas da escola de modelos e manequins 
DIONE FASHION.
Contamos com sua presença para abrilhantar o evento. Participe!!!
Visite o site do evento para maiores detalhes e inscrições: www.expobrasil.org

Expo Brasil 2010 deverá reunir cerca de 3 mil pessoas (além de todos que terão acesso e interação com o evento, via internet), incluindo participantes de todas as regiões do Brasil e convidados de outros países.
O evento – que representará o ponto culminante de um processo amplo de mobilização e divulgação – inclui uma minifeira de projetos, palestras, painéis temáticos, apresentação e debate de iniciativas concretas, oficinas e minicursos, além de diversas atividades culturais
A realização do evento no Rio de Janeiro será um marco na trajetória da Expo Brasil: a juventude das favelas e periferias da cidade se fará presente, a cultura terá vida ao longo de três dias, as vozes do Rio se farão ouvir. Temas palpitantes, participantes de todos os setores,  intenso diálogo democrático, riqueza de conteúdos e muita vibração é o que se espera da Expo Brasil 2010.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010


O Grupo Folclórico e Cultural CAXAMBÚ DO SALGUEIRO 
 se apresentará neste evento 
no dia 11/10 as 22 h.


domingo, 19 de setembro de 2010

Indicação ao Oscar 2011

 Ministério da Cultura divulga o filme escolhido no dia 23



O Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual, vai anunciar na próxima quinta-feira, 23 de setembro, a partir das 12h, o nome do filme escolhido para representar o Brasil na disputa por uma indicação ao Prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira na 83ª Premiação Anual promovida pela Academy of Motion Picture Arts and Sciences - Oscar 2011.
O anúncio será feito pelo secretário do Audiovisual, Newton Cannito, durante entrevista coletiva à imprensa, logo após a decisão da Comissão Especial de Seleção, que estará reunida desde às 10h, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.
Em uma iniciativa inédita, o Ministério da Cultura abriu enquete em seu site oficial, onde os internautas podem votar em um dos 23 filmes que se inscreveram para participar da seleção. O objetivo é estimular o público a assistir a produção nacional de cinema e apontar seu filme favorito. Também faz parte da estratégia de democratização da escolha do filme, a inclusão de representantes da sociedade civil organizada, por meio da Academia Brasileira de Cinema, na Comissão de Seleção.
Os filmes que se inscreveram para tentar uma vaga em um dos prêmios mais cobiçados da sétima arte foram: As Melhores Coisas do Mundo, A Suprema Felicidade, Antes que o mundo acabe, Bróder, Carregadoras de Sonhos, Cabeça a Prêmio, Cinco Vezes Favela - Agora Por Nós Mesmos, Chico Xavier, É Proibido Fumar, Em Teu Nome, Hotel Atlântico, Lula - o Filho do Brasil, Nosso Lar, Olhos Azuis, Ouro Negro, O Bem Amado, O Grão, Os Inquilinos, Os Famosos e os Duendes da Morte, Quincas Berro D’água, Reflexões de um Liquidificador, Sonhos Roubados e Utopia e Barbárie.
A Comissão de Seleção é composta por membros indicados pelo Gabinete do Ministério da Cultura (MinC), pela Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (SAv/MinC), pela Agência Nacional de Cinema do Brasil (Ancine) e representantes da Academia Brasileira de Cinema (CBC). A banca será composta por Cássio Henrique Starling Carlos, Clélia Bessa, Elisa Tolomelli, Frederico Hermann Barbosa Maia, Jean Claude Bernardet, Leon Kakoff, Márcia Lellis de Souza Amaral, Mariza Leão Salles de Rezende e Roberto Farias.
O filme nacional escolhido concorrerá com produções de mais de 95 países à indicação final. Os cinco filmes selecionados para concorrer ao Prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira serão anunciados em 25 de janeiro do próximo ano. A cerimônia de premiação será realizada no dia 27 de fevereiro de 2011.
Informações: (61) 2024-2265 audiovisual@cultura.gov.br e (11) 3088- 4252 fernanda@fernandathompson.com.br

domingo, 12 de setembro de 2010

Plano Nacional de Banda Larga começa com 100 cidades


Telebrás divulga municípios que começam o PNBL, quase todos nas regiões Sudeste e Nordeste.
Até o fim de 2014, o país inteiro deve participar


A Telebras divulgou nesta quinta-feira (26) as 100 primeiras cidades que serão atendidas pelo Programa Nacional de Banda Larga (PNBL). Divididas em 15 estados, essas cidades têm uma população conjunta de 14 milhões de pessoas e devem receber o programa até o fim deste ano. Os municípios ficam quase todos nas regiões Nordeste (58) e Sudeste (30), além de seis cidades no Norte (Tocantins) e no Centro-Oeste (Goiás). Os estados com mais cidades são Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro, com 8 cada.

De acordo com o PNBL, os usuários terão um velocidade mínima de 512 Kbps por preços entre R$ 15 e R$ 35. O mínimo de velocidade para se considerar uma conexão varia bastante. Em 2006 era comum afirmar que um mínimo de 256 Kbps caracteriza a internet como banda larga. Este ano, entretanto, a Federal Communications Commission (FCC) aumentou a velocidade de banda larga básica nos Estados Unidos para 4 Mbps, quase oito vezes mais que a prometida pelo PNBL.

A expectativa da Telebras é de que o PNBL atenda a mais 1.063 cidades em 2011 e que todo o país seja abrangido até o fim de 2014.


Confira a lista de cidades:

Alagoas
Arapiraca
Messias
Palmeira dos Índios
Joaquim Gomes
Pilar
Rio Largo

Bahia
Feira de Santana
Itabuna
Camaçari
Governador Mangabeira
Eunápolis
Governador Lomanto
Muritiba
Presidente Tancredo Neves

Ceará
Sobral
São Conçalo do Amarante
Quixadá
Barreira
Maranguape
Russas

Espírito Santo
Cariacica
Domingos Martins
Conceição da Barra
Piúma
São Mateus
Vila Velha
Itapemirim

Goiás
Anápolis
Aparecida de Goiânia
Trindade
Águas Lindas de Goiás
Alexânia
Itumbiara

Maranhão
Imperatriz
Paço do Lumiar
Presidente Dutra
Porto Franco
Grajaú
Barra do Corda

Minas Gerais
Barbacena
Juiz de Fora
Conselheiro Lafaiete
Ibirité
Sabará
Uberaba
Ribeirão das Neves
Santa Luzia

Paraíba
Campina Grande
Campo de Santana
Araruna
Riachão
Dona Inês
Bananeiras
Duas Estradas

Pernambuco
Carpina
Tracunhaém
Nazaré da Mata
Paudalho
Limoeiro
Aliança

Piaúi
Piripiri
Campo Maior
José de Freitas
Piracuruca
Batalha
São João da Fronteira

Rio de Janeiro
Angra dos Reis
Nova Iguaçu
São Gonçalo
Piraí
Mesquita
Rio das Flores
Duque de Caxias
Casimiro de Abreu

Rio Grande do Norte
Santa Cruz
Nova Cruz
Passa e Fica
Parnamirim
Lagoa d'Anta
Extremoz
Açú

Sergipe
Nossa Senhora da Glória
Barra dos Coqueiros
Laranjeiras
Japaratuba
São Cristóvão
Carira

São Paulo
Campinas
Guarulhos
Pedreira
Serrana
Conchal
Embu
São Carlos

Tocantins
Gurupi
Araguaína
Guaraí
Paraíso do Tocantins
Wanderlândia
Porto Nacional


FONTE: REDAÇÃO ÉPOCA

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Apenas 11% da população brasileira entre 25 e 34 anos conclui o ensino superior, diz OCDE

O Brasil também tem a menor parte da população desta faixa etária com diploma do ensino médio entre os países pesquisados: apenas metade

O Brasil tem a menor proporção da população entre 25 e 34 anos com ensino superior completo entre 39 países que fizeram parte do estudo "Olhares sobre a Educação 2010", da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), divulgado nesta terça-feira. Enquanto a média da OCDE é de 35%, o Brasil amarga a lanterninha da lista com apenas 11%.

De acordo com o estudo, o país também tem a menor parte da população desta faixa etária com diploma do ensino médio entre os países pesquisados. Apenas metade dos adultos nesta idade concluiu pelo menos o ensino médio no país, proporção muito distante da média da OCDE, de 80%. A proporção aumenta quando se estende o limite de idade até os 64 anos. Nesta faixa etária, dois terços da população não tem o diploma do ensino médio.

Emprego - A sondagem também constatou que, no Brasil, a taxa de desemprego entre as pessoas que concluíram o segundo grau é maior do que entre aquelas que não terminaram essa etapa. A proporção de desempregados entre os que não concluíram o segundo grau no Brasil é de 4,7% da população ativa, enquanto que entre os que obtiveram o diploma, a taxa sobe para 6,1%. A tendência foi verificada também no Chile, na Grécia, na Coreia, em Luxemburgo e no México.

Diferenças entre sexos - A pesquisa também revelou que o Brasil compartilha com Islândia, Itália, Estados Unidos e Israel características similares com relação às mulheres no mercado de trabalho. Nesses países, as mulheres com ensino superior chegam a ganhar 65% menos que os homens com mesmo nível educacional.

Gastos com educação - O documento também revela que as despesas do governo brasileiro com alunos do ensino fundamental e médio quase dobraram entre 1995 e 2007. Em 2007, último dado disponível, os gastos por aluno somaram 1,8 mil dólares no país. A média da OCDE para este índice é de 7,6 mil dólares.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), os gastos com educação passaram de 3,7% no período de 1994 a 2000 para 5,2% em 2007.

Entre os países analisados no relatório, apenas o Brasil, o Chile, a Dinamarca, os Estados Unidos registraram um aumento dos gastos com educação superior a 0,8 ponto percentual do PIB nesse período.

A parte da educação no orçamento brasileiro passou de 11,2% a 16,1% do total entre 1995 e 2007, afirma o estudo.

FONTE: REVISTA VEJA/NOTÍCIAS/ECONOMIA

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Pesquisadores tentam descobrir a origem dos escravos mortos ao chegar ao Brasil


Projeto é uma parceria da UFRJ e da Fiocruz

A partir da descoberta, em 1996, de um cemitério para escravos recém-chegados da África, no bairro da Gamboa, Zona Portuária do Rio, uma equipe de pesquisadores usa as ossadas para extrair o DNA e descobrir pistas sobre a origem dos escravos mortos ao chegar ao Brasil. O projeto é uma parceria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).



Perto de onde funcionava o maior mercado de escravos da capital da antiga colônia, o historiador Júlio César Medeiros contou à repórter Sandra Passarinho a origem do Cemitério dos Pretos Novos, na antiga Rua do Valongo, onde os corpos daqueles que não resistiam aos navios negreiros eram jogados e queimados. E a equipe do professor Franklin Rumjanek, da UFRJ mostrou o trabalho de extração do DNA nuclear e mitocondrial, que revelou de onde vieram estes escravos e que pode ajudar a genética forense a solucionar outros mistérios.

FONTE: GLOBONEWS - Edição 30/08/2010 - Publicado em 31/08/2010 - 08h50 rss programas / Ciência e Tecnologia

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Lula lança projeto piloto de turismo em favela pacificada do RJ

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou nesta segunda-feira (30), no morro Dona Marta, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, o projeto-piloto Rio Top Tour, resultado de um convênio assinado entre o Ministério do Turismo e a Secretaria de Estado de Turismo e Lazer.

Durante o evento, Lula disse que a polícia precisa aprender a conviver com as comunidades, em vez de subir o morro de vez em quando para 'dar tiros'. Ele elogiou o governo do Rio e o fato de o morro Dona Marta "não ter mais violência".

"Polícia tem que vir e aprender a conviver com a comunidade. Não é para subir dar uns tiros e ir embora. O que o governo do Rio de Janeiro está fazendo é fazer com que a polícia conviva com a comunidade", disse.

Ao chegar ao alto do morro Dona Marta, o presidente visitou a primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio de Janeiro. Em seguida, ele desceu de teleférico até a quadra da escola de samba da comunidade, onde fez o lançamento do projeto, acompanhado do ministro do Turismo, Luiz Barretto, e do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB).

O presidente convidou alguns moradores para subir ao palco, entre eles a doméstica Maria do Carmo Oliveira, de 86 anos. "Não tenho mais família, mas me considero uma pessoa de sorte por ter conhecido de perto o presidente. Só de ter alisado o peito do presidente valeu mais que tudo isso", disse.

Rio Top Tour

A ideia do projeto lançado nesta tarde, segundo informações do Ministério do Turismo, é aproveitar o potencial turístico do local através da inclusão dos próprios moradores. O investimento na primeira fase do projeto será de R$ 230 mil, sendo R$ 184 mil do ministério e o restante do governo do estado.
O programa prevê a instalação de sinalização bilíngue e a divulgação turística da comunidade. Moradores foram treinados e capacitados para trabalhar como guias na favela, que já recebeu celebridades americanas como o cantor Michael Jackson e a cantora Beyoncé. Uma série de eventos culturais estão programados para acontecer a partir de outubro, no morro Dona Marta, como festival de jazz, desfiles de moda e festival de funk e grafite.

Também está previsto um programa de microcrédito para os membros da comunidade. Segundo Lula, os recursos para financiamento vão estimular os moradores a abrirem negócios próprios. O ministro do Turismo afirmou que quer voltar ao morro para comer "pastel e tomar chope". Já o pesidente disse que pastel é "coisa de paulista" e afirmou esperar comer "feijoada" na comunidade.

FONTE: G1RJ

Festival promoveu aproximação dos brasileiros com raízes negras

No Rio de Janeiro, o festival Back to Black durou três dias e celebrou as influências africanas. Personalidades debateram em conferências um caminho mais curto para igualdade.

Terminou ontem no rio a segunda edição do festival que procura aproximar os brasileiros das raízes negras.

O festival Back to Black que durou três dias celebrou as influências que vieram do outro lado do Atlântico e marcam a nossa cultura.

No saguão da Estação Leopoldina, no centro do Rio de Janeiro, o colorido das fotografias de Walter Firmo, contrastam com retratos comoventes do Africano Malick Sidibé.

“É uma cultura que as pessoas têm que começar a assimilar, porque é muito importante conhecer um pouquinho de cada cultura”, comenta um participante do evento.

Personalidades como o cineasta Cacá Diegues e o escritor angolano José Eduardo Agualusa debateram em conferências, um caminho mais curto para igualdade.

Mas talvez a música seja a mistura mais bem sucedida. Nesta edição do Back to Black os brasileiros optaram pelo blues como o estilo musical principal que surgiu na África e que foi eternizado por músicos Norte-americanos.

“Música sempre se enriquece de misturas. O puro tem seu valor, é bacana, é importante preservar, mas a mistura sempre vai ficar mais curiosa”, comenta o músico Roberto Frejat.

FONTE: BOM DIA BRASIL - Edição do dia 30/08/2010

São Paulo vai sediar primeira feira gay de negócios do Mercosul

Em julho de 2011, a cidade de São Paulo vai sediar o primeiro Expo Business LGBT do Mercosul, uma feira de negócios que pretende reunir cerca de 30 empresas com atividades direta ou indiretamente voltadas para o público de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) da região. Empresas de turismo, hotelaria, gastronomia, aluguel de carros e lazer de um modo geral são as mais interessadas, mas o encontro estará aberto para qualquer tipo de empresa ou profissional liberal que queira aproveitar a ocasião para conversar sobre as oportunidades geradas por um público estimado em 18 milhões de pessoas no Brasil e com um poder de consumo que muitos calculam ultrapassar os R$ 150 bilhões.

Trata-se do primeiro grande evento da Câmara de Comércio GLS do Brasil, cujo estatuto foi aprovado há um ano e as atividades começaram a se estruturar de fato recentemente. A Câmara, que hoje possui 40 associados – a maioria pequenos negócios voltados para a comunidade – e três grandes empresas como observadores – os bancos Itaú e Santander e a construtora Tecnisa -, tem o apoio institucional da Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual da prefeitura de São Paulo e se reúne mensalmente para estudar ações que fortaleçam os negócios do grupo.

O slogan é curioso: “Vamos tirar o mercado do armário!”.

“Enquanto no exterior as empresas possuem ações específicas voltadas ao público LGBT, a exemplo da Fiat, que bancou a passeata gay em Madri, impressiona que no Brasil elas ajam como se a comunidade gay não existisse. É preconceito não apenas nas empresas, mas nas agências de publicidade”, diz Douglas Drumond, presidente da Câmara e proprietário do Clube 269 em São Paulo, e do hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte.

“Há muito preconceito, conservadorismo e pouca objetividade nas grandes empresas”, faz coro o coordenador da área de Sustentabilidade e Gestão Ambiental da FGV e professor da Unicamp, Reinaldo Bulgarelli, cuja consultoria Txai é especializada em políticas de diversidade e sustentabilidade no mundo corporativo e ajudou a montar a Câmara.
 
Empresas ainda temem associar marcas a gays

O coordenador da área de Sustentabilidade e Gestão Ambiental da Fundação Getulio Vargas (FGV) e professor da Unicamp, ReinaldoBulgarelli, afirma que o preconceito existente nas empresas com relação à associação de suas marcas e atividades a grupos de gays e lésbicas varia de país para país.
 
Ele lembra ainda que não há provas de que uma marca seja contaminada ao ser associada a grupos homossexuais. ”Muitas multinacionais que fazem isso lá fora não reproduzem as ações no Brasil”, afirma Bulgarelli.

Não é o caso do banco espanhol Santander, um dos observadores presentes às reuniões da Câmara de Comércio GLS e uma das empresas mais ativas em políticas orientadas a esse público, sejam funcionários ou clientes. Em 2005, por exemplo, o Santander ampliou para casais do mesmo sexo os benefícios de previdência privada, assistência médica e odontológica dados aos funcionários heterossexuais.
 
Em 2006, o banco criou a primeira carteira de crédito imobiliário para casais de mesmo sexo que querem comprar imóveis. ”Participamos da Câmara porque temos uma política interna de valorização da diversidade e atendemos a clientes que são gays e lésbicas. Então é natural que nos associemos a instituições que possam nos abastecer de informações relativas a esses públicos”, diz Maria Cristina Carvalho,superintendenteexecutiva de Recursos Humanos do Santander.
 
Estabelecimentos gays sofrem pressão Dispostos a fazer o que DouglasDrumond, presidente da Câmara de Comércio GLS do Brasil chama de “trabalho de casa”, a câmara encomendou ao Ibope o orçamento de uma pesquisa para levantar as principais estatísticas do chamado mercado de consumo gay, cujas reais dimensões ainda se baseiam mais em estimativas informais que em números confiáveis. O projeto custará R$ 220 mil, recursos que Drumond espera arrecadar de associados e patrocinadores.

“Costumo dizer às empresas que apoiar este levantamento é um tipo de compensação por faturarem com uma comunidade que costuma consumir muito”, diz Drumond. “Mas o problema básico continua sendo a garantia de vida dos negócios”.
 
Explique-se: há cerca de um ano, as boates gays paulistas Cantho e A Lôca receberam visitas da Polícia Civil numa ação que, segundo a Secretaria Estadual de Justiça, não passou de vigilância rotineira. Mas, para Drumond, foi uma pressão velada para inibir os negócios, pressão que geralmente parte de associações de moradores que não gostam do público GLS na vizinhança.

Essa ameaça, diz ele, é um pesadelo à sobrevivência dos negócios, mas também a força que empurrou os empresários à aglutinação num grupo que possa responder por todos.

Fonte: O Globo – 31.07.2010